Mário e Alex Teles
Os artesãos Mário Teles e Alex Teles, pai e filho possuem uma história na Arte maravilhosa. Alex é neto de Geraldo Teles de Oliveira, conhecido como GTO, cujas obras são consideradas genuínas. Ele conta que o avô era analfabeto e entalhava a madeira a partir de sonhos. “É uma arte genuína e exclusiva, não há nada parecido no mundo com o que nós fazemos. Meu avô é o representante da arte popular brasileira”, disse. GTO iniciou a carreira aos 52 anos, sem estudo e a partir de um sonho inspirador. “Nesta época, a Bienal de São Paulo só aceitava artistas contemporâneos e meu avô surgiu para quebrar esse estigma. Ele criava a obra a partir do nada e o mais interessante era que ele não se considerava artista e sim ‘o criador’, pois aquilo que Deus mandava ele fazer, ele fazia. Ele via as peças no sonho já prontas e então esculpia”, explicou o neto.Ele diz que seu pai, Mário Teles, filho de GTO, sempre observou o pai esculpir suas esculturas, entre elas as “rodas da vida”. A primeira delas chegou a ser premiada na África, em 1977. “Foi a primeira roda da vida a sair da América do Sul e ser premiada na África. Quando essa obra voltou ao Brasil, o Itamaraty em parceria com os Correios criaram um selo comemorativo a um artista popular da América do Sul, o meu avô”.
Ao se ver como ajudante do pai, Mário percebeu a vocação artística, ainda aos nove anos, demonstrando dom para desenhos. Mais tarde, aos 20 anos, ele começou a fazer pinturas e aos 26 começou a entalhar e criar as próprias obras. Na ocasião, ele se tornou um criador de mandadas, a partir das rodas da vida de GTO.
O neto conta que GTO fio premiado em 126 países e que as grandes galerias e museus têm um exemplar feito por ele. “Meu avô divide espaços com grandes artistas contemporâneos, desde Vincent Van Gogh até o mestre Expedito”.