Waldomiro de Deus Souza (Itagibá BA 1944). Pintor e desenhista. De origem humilde, leva uma vida itinerante pelo sertão baiano e norte de Minas Gerais, até vir para São Paulo em 1959, quando trabalha como engraxate. Começa a pintar em 1961, utilizando guache e cartolina encontrados na casa de um antiquário, onde trabalha como jardineiro. Acusado de negligência, perde o emprego e leva seus trabalhos para exposição no Viaduto do Chá – acaba vendendo dois deles para um americano no primeiro dia. Em 1962, o decorador Terry Della Stuffa fornece-lhe material e um lugar para pintar e, em 1966, faz a sua primeira exposição individual na Fundação Armando Álvares Penteado, Faap. No auge do movimento hippie, desfila de mini-saia pela Rua Augusta. Pinta temas religiosos ligados ao céu e ao inferno, criando imagens polêmicas, como Nossa Senhora de mini-saia, cinta-ligas e botas e Jesus de bermudas. Por causa disso é raptado por um grupo de jovens armados da organização TFP (Tradição Família e Propriedade), porém convence os rapazes a soltá-lo. Expõe em vários países como a Inglaterra, Itália, Bélgica, Alemanha, Inglaterra, Estados Unidos. Em 1972, volta a viver em Osasco. Viaja a Goiânia GO, em 1977, e lá monta uma casa. Vive de sua arte desde a década de 60, pintando o cotidiano e o folclore de sua terra natal: festas populares, histórias sobre mula-sem-cabeça e lobisomens, bem como imagens escatológicas e eróticas. As figuras humanas são sempre mulatos, nunca brancos ou negros. É considerado o maior primitivista brasileiro ao lado de José Antônio da Silva e Djanira. É reconhecido internacionalmente como um dos mais criativos pintores naifs. Em 1983, é premiado com a Awarding the Statue of Victory pelo Centro Studi e Ricerche Delle Nazioni, na Itália.